segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Maria, Farol e Vigia

E estamos em Advento... Começa um novo ciclo litúrgico. Convocados pela Igreja a celebrarmos com adequada preparação o Natal, iniciamos este tempo assumindo a necessidade de nos dispormos a permitir que Jesus se torne realidade em nossas vidas.

No próximo sábado celebramos a Imaculada Conceição da Virgem Maria. Especialmente preparada por Deus, que a isentou de toda a macha de pecado, fazendo dela um ser humano único, absolutamente predisposta para que Jesus pudesse encarnar, assumindo a nossa humanidade. O ventre de Maria tornou-se o céu. O seu "Faça-se" foi ato de plena entrega de si mesma, um pleno assumir de todas as consequências do ser Mãe do Salvador e um acolher em suas mãos o projeto divino de salvação da obra criada.

Hoje, a liturgia da palavra, faz um veemente apelo à vigilância em todo o tempo e momento. Vigiar é ser reflexo de Maria: a mulher que, porque cheia de graça,  por graça divina e vontade sua, se tornou o mais atento e acolhedor ser de toda a grandeza de Deus. Nela não havia impedimento à plena entrega de si mesma à vontade de Pai, esse impedimento que o pecado provoca em nós, impedimento tanto maior quanto maior for a falta de graça (a desgraça) em nosso ser.

Maria, sem que alguma vez lhe passasse pela mente a ideia de poder ser a  Mãe do Salvador, a extrema humildade de que se revestia fazia-A sentir-se a mais indigna de todas as criaturas, tornou-se, por seu amor à humanidade, a única que pedia gerá-Lo em seu ventre por ser Ela a única capacitada para tal acolhimento, por ser a única desprovida de qualquer sombra de pecado. Ela foi, e não haverá ninguém mais, a única que podia receber em si a força, a luz, que é o próprio Deus, em toda a sua intensidade.

Maria, tornou-se, assim o farol irradiador de graça e de luz que fortalece e ilumina qualquer pecador, no seu pequeno e incapacitado desejo de comunhão com Deus. Estar vigilante é olhar, querer e desejar, Deus através de Maria, a Mãe atenta e vigilante.