sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Príncipes Divinos

Maria, a Cheia de Graça, foi elevada ao Céu em todo o seu ser, corpo e alma. Excelsa como era, como é, não "cabe" neste mundo, Ela pertence ao Céu, esse Céu para onde nos atrai e chama, do qual Ela é a porta.
Os Anjos são seres espirituais, Maria é humana. Por-que criada Cheia de Graça Divina, com a dignidade de ser Mãe do próprio Deus, Ela é superior aos Anjos. Ela é, por todas as razões, do Céu. É exatamente como Maria que Deus nos quer junto de Si. Com a Ascensão de Jesus, a nossa natureza alcançou um lugar no Céu. Maria tornou-se a primeira de todas as criaturas a gozar plenamente da vida em Deus.

Acontecerá a vitória final e, por graça divina, os que a Ele são fiéis, assim estarão também em eternidade, depois da ressurreição da carne, que, no Credo, proclamamos acreditar.

A mais excelsa de todas as criaturas foi, no Céu, colocada acima de todas elas, de todo o cosmos, como sua Rainha e Senhora. Servem-nA os Anjos, sempre prontos e "desejosos" de serem dignos de A servir. Maria é Nossa Senhora. Assim a identificamos, mas tantas vezes (sempre?) sem nos darmos conta da grandeza e honra que isso é para nós. Sermos servos, fiéis servos, a Mãe de Deus, da Rainha do Universo é o supremo grau de honra a que poderemos aspirar.

Submetemo-nos às pessoas: as jovens aos namorados (ou vice-versa). Quem mais ama mais se submete, mais serve e mais aumenta o seu amor. Submetemo-nos a nossos superiores, muitas vezes bom bajulação, simplesmente para deles alcançarmos benefícios, reconhecimento, dinheiro... ao ponto de nos tornarmos escravos. Escravos do mundo, das pessoas e até das coisas...

Temos por Rainha a mais bela, a mais excelsa, a mais santa, a que mais ama, de todas as criaturas e somos de tão dura cerviz para servi-lA, quando ser servo seu é a mais alta das dignidades. Insensatos: temos tudo de mão beijada e recusamos ser servos e filhos de Maria para sermos escravos das coisas. 
Ela é Nossa Senhora (Rainha), mas é também Mãe. Quem de nós se sente Príncipe, Princesa, porque filhos de Deus e de Maria? Se ser servo é altíssima excelência, pensemos no que é ser filho.  Os Anjos são servos somente!!!

2ª Pedrinha

Há uma segunda pedra base em que Nossa Senhora, em Medugorje, faz assentar a vida do cristão: a Eucaristia.

A Eucaristia, a missa, tem uma importância tal na vida do cristão, que Nossa Senhora pede que ela seja sempre preparada com a oração do terço antes. Nela, Jesus entrega-se ao Pai por nós, pela nossa redenção. Tivéssemos nós a capacidade de acolher toda a graça que Jesus nos alcança e oferece, e aconteceria o céu na terra.  

Com a entrega que Jesus faz de Si, convida-nos a entrega de nós mesmos, em ato de confiança e de fé. Esta entrega acontece tanto quanta a nossa capacidade de comunhão com Deus. Naturalmente, a nossa participação ativa e consciente abre-nos sempre mais à ação de Deus e à comunhão com Ele, pelo que: quanto mais participamos mais graça temos capacidade de receber, mais intimidade nos é possível criar com Deus.

Lamentavelmente triste é o facto de que com a maior das abdicamos de tomar parte na celebração da missa. Nem sequer ao domingo nos capacitamos para um momento de encontro com Deus na Eucaristia. Não é fácil compreender como é que o cristão não faz um esforço por participar diariamente, ao menos quando ela é celebrada na nossa comunidade, a "dois passos" da nossa porta. Se tivéssemos consciência do dom de Deus, da graça que é a participação na Eucaristia, tudo faríamos para nela participar com tranquilidade e e sempre que nos fosse possível.

Queremos ver Deus a atuar na nossa vida, na vida daqueles que amamos, no mundo, mas não O procuramos, não O buscamos, onde podemos encontrá-lO. E há uma coisa que Deus tem: muito respeito pela nossa liberdade, pelas nossas opções, pelas nossas decisões. Quando não O procuramos Ele não se impõe, quando não O queremos em nossas vidas, em nossas famílias, em nossas escolas Ele retira-se, aguardando que chegue o momento de O deixarmos entrar. Hoje é o tempo, amanhã é tarde. Quando não damos a Deus o espaço que, por natureza, Lhe pertence, outro ou outra coisa o ocupará e isso é mau, pode ser muito mau.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Maria: Modelo e Mãe

Imaculada. Cheia de Graça. A mais excelsa de todas as criaturas. Maria, chamemo-La pelo seu nome, um nome belo e cheio de dignidade, um nome a ser pronunciado, lentamente, dentro do coração, saboreando-o no que ele tem de grande e verdadeiro nesta Mulher que É filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e esposa de Deus Espírito Santo. Diz o Dicionário dos nomes próprios: "Maria: significa “senhora soberana”, ou “a pura”. Maria é um nome de origem incerta, provavelmente originou-se a partir do hebraico Myriam, que significa “senhora soberana". Por ser um nome muito difundido, antes mesmo da época de Jesus Cristo, é possível que derive do sânscrito Maryáh. Este quer dizer literalmente “a pureza", "a virtude", "a virgindade”.

Sussurrar o nome de Maria, saboreando-o em todo o seu sentido é oração profunda, porque é honrar a Mãe de Deus, glorificando-O a Ele Nela. Mais que Maria, só mesmo o próprio Deus. 

Depois da sua vida terrena, tendo adormecido em Deus, Maria foi elevada ao céu em corpo e alma, pois, não tendo pecado, nada há Nela que A prenda ao mundo terreno e às suas condicionantes. Quando afirmamos que, para nós, a morte é apenas passagem para a eternidade, não esquecemos que o nosso corpo permanece na terra, que só a alma, separando-se do corpo, entra em eternidade. Acreditando que acontecerá a "ressurreição da carne", como professamos no credo, voltaremos a "reunir-nos", alma e corpo (glorioso) para o juízo final. Maria, porque não teve a mancha do pecado, subiu, imediatamente após a vida terrena à glória do Céu.

A nossa condição não é a mesma de Maria. Assim, o que é que está em nossas mãos fazer, e o que é que aprendemos de Maria, para podermos, na vinda de Jesus, ser acolhidos por Deus na sua Glória? Está em nossas mãos o acolhermos a graça santificante que Deus derrama sobre nós. A nós é impossível salvarmo-nos,  mas a Deus tudo é possível, desde que, neste caso, aceitemos a salvação que nos oferece. Deus não nos salva sem nós querermos. Por outro lado, temos em Maria O modelo de virtude, de vida, de aceitação de Deus, de humildade, de perdão... Está em nossas mãos o tudo fazermos para a Ela nos assemelharmos e contarmos com a sua intercessão para que vivamos no Pai.

Na Assunção, Maria é Modelo da Igreja e de cada um de nós, chamados que somos a uma comunhão perfeita e plena com o Pai em Eternidade. (10-8-19)

terça-feira, 6 de agosto de 2019

1ª Pedrinha

Acontece há já 38 anos que, supostamente, Nossa Senhora vem aparecendo numa povoação da Bósnia-Herzegovina, Medugorje. Os videntes são seis, as aparições são individuais, cada um deles tem missão específica. Todas as mensagens assentam sob "cinco pedrinhas" que são a base da conversão cristã.
As peregrinações a Medugorje estão já autorizadas, as aparições não são ainda reconhecidas pela Igreja, o que acontece por estarem ainda a acontecer.
Estivemos lá e vimos os frutos, muitos e bons frutos. Estou convicto de que Nossa Senhora realmente aparece, ainda que não apareça, pelos frutos espirituais, sociais, humanitários... ali estão presentes, são mais que muitas as razões para se peregrinar a Medugorje.
Como primeira pedrinha surge "a oração com o coração: o rosário". Nossa Senhora insiste, aqui, como em Lourdes e em Fátima, com um veemente apelo a que se reze: "rezai, rezai, rezai". Pede que se prepare a celebração da missa com a oração do terço. Por isso, no santuário, antes da celebração da missa às 19:00, rezam-se dois terços. Rezar com o coração é rezar com interioridade e sentido, disponibilizando a nossa vontade e fazendo oração consciente, não fazer apenas por fazer. Não cabe aqui um "já está". Rezar com o coração pressupõe que não  "faz" oração mas se "vive em" oração. Queiramos ou não, é preciso também dispor de tempo "para" Deus. Parar para entrar em intimidade com Deus é fundamental para o encontro  com Ele. Sim, temos tempo. Temos tempo para tudo, menos para Ele, o que quer dizer que com facilidade pomos tudo acima Dele. Não O sentiremos deveras enquanto não invertermos a situação para O pormos em primeiro lugar a Ele.
Quando rezarmos com o coração, perceberemos que o terço não é oração monótona, muito pelo contrário. Ele é oração de contemplação tanto das orações que fazemos como dos mistérios da salvação que somos convidados a meditar. Claro que será difícil concentrarmo-nos quando o rezamos, ou qualquer outra oração, com o pensamento em sete o oito coisas ao mesmo tempo. 
Rezar com o coração: o rosário.