sábado, 24 de dezembro de 2022

Nova Humanidade

 

Se em Maria, Deus "refaz" a obra da criação, sem deixar perder aquela que pelo pecado se havia desviado da vida para que fora criada, ganha uma nova esperança a nossa existência.

Desde o início, Deus manifestou a certeza de que a cabeça do Tentador havia de ser esmagada. Não se sabia o como, mas havia a certeza dada por Deus. A Conceição Imaculada de Maria é derrota do Mal e vitória do Bem, pois, ainda que sem se saber, a Mulher, aquela cuja descendência havia de sair vitoriosa sobre o poder do demónio, estava já a operar a sua maternidade ansiando que o salvador viesse. A vontade de Maria é a vontade de Deus, o atuar de Maria é atuar de Deus, pois que Ela em tudo vive a vontade divina.

A oração de Maria, a criatura perfeita, é escutada por Deus, que não pode deixar de ouvir e atender Aquela que preparara para ser sua Mãe. Compreendamos, assim, que ainda antes de Jesus incarnar e nascer, os méritos da sua Encarnação estavam já presentes: foi em vista dessa realidade que Maria foi isenta do pecado original. Assim, e porque era perfeita a comunhão entre Deus e Maria, já a humanidade beneficiava amplamente de graças divinas, já a cabeça da "serpente" estava a ser esmagada.

Temos duas realidades em simultâneo. Por um lado, está e caminha na sua
história a humanidade pecadora, perdida pelo pecado, embora não
plenamente, pois não foi abandonada por Deus, e há em si um permanente desejo de Eternidade. Por outro lado, está a humanidade santa, verdadeira imagem e semelhança de Deus, pela qual há de ser redimida a humanidade pecadora.

Sem disso ter consciência, maria era a Eleita do Pai para dar humanidade ao Filho. Conscientes disso ou não, nós batizados, somos chamados, amados, escolhidos e enviados para, em santidade, gerarmos e oferecermos Jesus ao mundo, não apenas o Menino Deus, mas o Cristo Ressuscitado.