sábado, 6 de abril de 2019

Força de Bem, Força de Mal


 Adensa-se a ação, o círculo vai-se fechando sempre mais e a hora aproxima-se. Escribas, fariseus e seus sequazes intensificam a pressão e a perseguição a Jesus. Ele tem perfeita consciência de que a hora, que  Ele deseja ardentemente, está a chegar. Deseja-a porque ela é hora de redenção, é hora de misericórdia, é hora de ação de Deus, é hora da vitória do bem sobre o mal, é hora de libertação.


Veio para dar a vida, não perdendo-a mas, dando-a e recuperando-a, ganhando para nós a nossa própria vida. Nasceu para morrer fazendo-nos viver, e isso queria-o, desejava-o, com ardor. Diríamos que nasceu para aquele momento, para aquela hora. Tudo se consuma e realiza nela.

Se, antes, havia domínio do pecado sobre a humanidade, porque a recusa de Deus no ato inicial nos tornou escravos do mal, com a aceitação plena de Deus e a recusa do mal por parte de Jesus (e Maria), ao ponto de por Deus, voluntariamente, aceitar morrer, a vida e a morte tornaram-se opção pessoal de cada um. Se, por um lado, vivemos sob a pressão do mal, por outro, vivemos sob a ação da graça de Deus que, atraindo-nos para Si, atua e gera vida divina.

Duas forças que nos tocam, duas opções de vida que nos atraem, dois caminhos  que nos levarão a um único fim na eternidade. Depois do pecado de origem (original) a obra da criação ficou sob o domínio do mal, não se entenda isto como a não existência de bem, acontecendo a expulsão do Paraíso, cuja entrada ficou guardada, no dizer do Livro dos Génesis, por Querubins de espada flamejante na mão. Jesus reabriu as portas e a entrada no Paraíso  depende, agora, da pessoal capacidade de cada um em se abrir à ação de Deus, operante no mundo. A Salvação aconteceu, e continua, em permanência, a acontecer. O seu acolhimento está em nossas mãos, mãos fragilizadas de humanidade pecadora; mãos fortalecidas, e em graça, por misericordiosa gratuitidade divina.

A pressão adensa-se, agora, para mim e para ti. Pressão do mal, que se vê derrotado; pressão, libertadora, do Bem, eterno vencedor que em nós põe a opção de, em liberdade, optar e escolher por que força queremos ser regidos...