segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Dízimo

O termo vem da Sagrada Escritura. Embora entre nós não se use muito, alguns grupos religiosos conhecem-no bem. Era uma exigência de Deus ao Povo de Israel: que cada família pagasse o dízimo (a décima parte) de todos os bens. Falando de bens, pensamos no que de material cada um possui, como se bens fossem apenas as materialidades que fazem parte de nossa vida.

Porque a vida é um bem, como o são a saúde, os filhos, os pais, o trabalho... Seria interessante centrarmo-nos no dízimo que devemos a Deus por todos os bens que nos concede. Sentiríamos que um décimo de nós mesmos é pertença de Deus. Sentiríamos que das 24 horas no nosso dia, 2 horas e 24 minutos seriam totalmente de Deus. Aqui é caso para que cada um se pergunte quanto tempo dedica exclusivamente a Deus. É interessante o facto de Nossa Senhora, em La Salette, França, ter pediu duas horas de oração por dia.

Não encontramos tempo nem motivações para aquilo que, interiormente, nos não diz muito. Se somos gente a procurar viver sobretudo o presente, e com toda a intensidade, é fácil percebermos que Deus não nos muito pois nos aponta a eternidade que, embora estando a ser vivenciada já, a pomos depois deste tempo de existência terrena, isto se é que na eternidade pensamos.

Uma coisa é certa: vivemos conforme, realmente, acreditamos e acabamos por acreditar conforme vivemos. Aqui se encontra toda a realidade da indecisão, porque não acreditamos, embora digamos acreditar, e vivemos a meio termo embora, falando, afirmemos, muitas vezes, valores e realidades que que nos são interiores e estão no coração.

Os "10 por cento de Deus" de que se compõe a nossa vida, não são, embora o sejam também, prata, ouro ou demais bens materiais, são uma percentagem de nós mesmos. São o nosso tempo, o nosso sorriso, a nossa caridade, o nosso perdão... Um tempo claro, diário, e exclusivamente de oração, o tempo por nós  dedicado a Deus, é nascente cuja água se vai diluindo e transformando todo o ser, toda a  vida, de modo a que, sem nos darmos conta, não apenas esse "pouco" tempo, mas todo o nosso ser se tornará oferta para Deus.

Afinal, Cristo não nos pediu 10 por cento, exigiu-nos a totalidade de nós mesmos, tudo o que somos, numa entrega que é nossa, mas fruto da sua Graça.

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