
Sendo,
embora, o próprio Deus, Jesus assume para si o que está prescrito para qualquer
ser humano. A oferta de Jesus no Templo é muito mais do que um simples exemplo
para nós. Nesta atitude, como na de Maria na Purificação, que
acontecia no mesmo dia, Jesus não nos dá simplesmente exemplo. Há n’Ele um
perfeito ato de entrega de Si mesmo, embora achemos nós que não seria
necessário, por ser Ele o próprio Deus.
Este ato de entrega
é um assumir e acolher a humana natureza de que estava revestido. É ato de
plena humildade porque, sendo Ele todo pertença de Deus e assumindo a plena
realização da vontade do Pai, entrega-se em tudo e sempre, fazendo da entrega
de Si mesmo a entrega de toda a humanidade. Neste ato, Jesus está a salvar-nos,
como acontece, aliás, em todos os seus atos, pensamentos e palavras. Mais do
que salvar-nos num ou noutro momento, Ele é a salvação.
Por Jesus toda a
humanidade é colocada nas mãos de Deus em ato salvador. Pelo batismo, aqueles
que são batizados, assumem para si e acolhem, sempre n’Ele, a salvação que lhes
é oferecida. Assumir e acolher a salvação é aceitar a entrega que de nós foi feita
por Jesus e vivê-la em permanente ato pessoal de entrega de nós mesmos nas mãos
do Pai. O batismo é o momento de acolhimento da vida de Deus e o compromisso a
viver n’Ele.
Sendo Deus,
humildou-se assumindo a fragilidade da nossa natureza e deu-nos dando-se a Si
por nós. Pede-nos isso que é o mínimo que podemos fazer: a oferta de nós mesmos
no viver como Ele viveu, para que não deixe de produzir efeito em nós toda a
entrega de Si. Tanto e tão intensamente no ama, ao ponto de dar a vida para que
n’Ele vivamos eternamente, e nós corremos o risco de, nem ao menos por
gratidão, aceitarmos dar-Lhe o nosso querer sermos salvos.
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