Nós, cristãos, olhamos,
queira Deus que sim, os tempos do ano com um olhar diferente. O Advento
é preparação interior,
e pessoal, para o acolhimento do Salvador. Ele quer nascer, permanente, em
nossas vidas. Se há dois mil anos assumiu
a natureza humana para estar entre nós, hoje, o seu nascimento acontece dentro, na vida,
daqueles que se dispõem a acolhê-l'O
Aqui é
bom pararmos um pouquinho e percebermos que Deus
nos é
íntimo, faz-se presença em cada um. Isso tem que levar-nos a vê-l'O presente em nós mesmos e nos outros. Deus ama-se nos irmãos e os irmãos amam-se em
Deus. Daí vem a certeza de que
quanto mais amamos Deus, mais amaremos os irmãos. Só ama Deus quem O tem em si mesmo.
Sentir o Advento com verdade é tomar consciência da
fragilidade da vida que somos, e que
envolvemos na ilusão das grandiosidades da
capacidade humana e do poder económico, e, no mesmo olhar, sentir a absoluta
grandiosidade de Deus e tomar consciência da plena humildade que manifestou, assumindo a nossa natureza e condição. Deus é o Eterno, nós
somos uma passagem. A tentação
é assumirmo-nos como
deuses abdicando de Deus. Querendo subir, assim, além das nossas capacidades entramos em situação de
queda abrupta e mortal.
Em primeiro dia de Advento somos chamados
à vigilância, ao
necessário prestar de atenção para que a vida e o tempo nos não
passem ao lado. Nem a vida nem o tempo voltam ou
se repetem, cada momento acontece de forma única. Um momento que não se viveu segundo o plano que Deus traçou para a
vida que nos dá é
momento perdido.
Viver Advento
é entrar dentro de nós
mesmos, vasculhar tudo, e deitar no saco da
misericórdia divina o que não presta, ocupa lugar e
faz pó, para repor
Deus em todas as dimensões do ser que somos.
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