segunda-feira, 16 de agosto de 2021

O Céu Reaberto

As minhas leituras dos últimos tempos tem-me levado a reformular um pouco a visão que temos da participação de Nossa Senhora na História da Salvação. Chego a pensar que somos severamente mesquinhos ao apresentar Maria como uma mulher "normal" como "qualquer outra", querendo, com isso, fazer dela modelo ao alcance de cada um de nós. Esquecemos que Ela é absolutamente extraordinária (não é normal o que é extraordinário), mas, sendo-o, viveu, ao olhar humano, uma vida normal, como era de esperar, uma vez que o fez na mais extraordinária das humildades.

Hoje celebramos a sua elevação ao Céu. Viveu alguns anos depois da morte de seu Filho, e por fim também Ela "adormeceu" para que, humanamente, tudo fosse "normal". Sorrio com emoção ao pensar como Deus se desfaz em misericordioso amor por mim, por nós. Com a Ascensão de Jesus acontece a "reabertura" do Céu fechado à humanidade depois do pecado de Adão. Sendo Maria perfeita criatura, Ela pertence ao Céu, não à terra. Não, a Santíssima Trindade não ""viveria" sem Maria no tempo que medeia entre a Ascensão e a Assunção? Deixemos, por agora, a tentativa de compreender a eternidade, onde não tempo nem ausência). A primeira, porque a única perfeita, criatura a cruzar as portas do Paraíso teria que ser Maria. Abertas por Jesus (gerado, não criado), só Maria as poderia cruzar para, com a Santíssima Trindade, receber as almas libertas do poder das trevas e que, com a ascensão de Jesus, foram elevadas ao Céu. Acredito que Maria foi elevada ao Céu e coroada Rainha Universal no primeiro "momento" de "Céu aberto".

Limitamos o poder de Deus e, por isso, reagimos à ideia de que Maria possa ter sido elevada ao Céu, vivendo ainda na terra e sem nela deixar de estar visível e presente. Não, não ficou no Céu, e aqui está misericórdia de Deus e de Maria. «E vi descer do Céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para seu esposo (...) Esta é a morada de Deus entre os homens). Ap 21, 2.  Voltou, já Rainha da Igreja e do universo, para "ajudar" com sua presença maternal a lançar e fortalecer, como embaixadora de Deus, os fundamentos da Igreja instituída por Cristo.

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