terça-feira, 7 de janeiro de 2020

E Porque Não?

Porque somos demasiado faltos de fé sólida, queremos encontrar uma explicação para tudo o que vai além da normal compreensão. Uns Magos, vindos do oriente, vieram e adoraram Jesus na gruta de Belém.

Pensando bem há muitas coisas que não nos encaixam na mente, tanto mais que são reduzidíssimas as informações que o Evangelho nos dá. Isso é razão para muitos porem em causa o facto. Depois, justifica-se  a estrela com a possível passagem, nesse ano, do cometa Halley, que visita os nossos céus a cada 76 anos (mais ou menos), como se um cometa a milhões de quilómetros de distância pudesse parar discretamente e indicar uma gruta na pequenina Belém.

Porque é que não reconhecemos a Deus a capacidade de fazer brilhar uma luz desconhecida para guiar estes homens, desconhecidos também, para os conduzir ao Menino? Pergunta-se: como é que vieram de reinos diferentes e distantes e reconheceram o nascimento do Menino? Pergunto eu: e porque é que um Anjo veio a Maria, a José, aos pastores… e não podia ter revelado também, antecipadamente, o nascimento do Salvador aos Magos? E não seria Deus capaz de os guiar e de tudo orientar para que a adoração acontecesse? E não nos diz muito Deus ao pô-los a eles, pagãos, estrangeiros, a dizer à cidade de Jerusalém, a cidade de Deus, e aos seus habitantes, que o Salvador havia nascido? Não foi um estrangeiro leproso o único grato na cura dos 10 leprosos? E não foi o sírio Naamã a ser curado da lepra?
Porque não haveria Deus de se servir dos magos do oriente para nos dizer muito de sua justiça e de nossa verdade de fracos adoradores que somos?

Somos cristãos, filhos de Deus, não estranhos para Ele nem Ele para nós. Afirmando reconhecer a presença de Deus na Eucaristia, real como no Céu, não sabemos ser adoradores, não sabemos acolher as graças da Adoração.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Em Perfeita Harmonia

Encontramos hoje um Deus cuja vida depende das duas mais pobres, simples, e humildes criaturas. José e Maria têm em suas mãos, em seu cuidado, o próprio Deus, a salvação da humanidade. Pesa sobre eles a responsabilidade da redenção universal. Não havia outros, alguém mais digno e capaz de assumir tal missão!

Chega a ponto de emoção a contemplação da plena entrega que fazem de si mesmos ao serviço da humanidade, quase ao nível de Deus que, em infinita misericórdia, se entrega para que em mim, em ti, haja vida, vida plena.

Criamos da Sagrada família uma imagem muito à semelhança das famílias que conhecemos, em que vivemos. Não abstraímos de nós mesmos para chegar mais além na compreensão da grandiosidade desta família, tão excelsa quanto modelar por ser constituída do mais digno pai, S. José, da Imaculada Mãe, Maria, do Divino Filho, Jesus. Perfeita imagem humana da eterna comunhão da Trindade santíssima.

Sem querermos retirar a Jesus, Maria e José, toda a humanidade que há neles, não podemos, também, deixar de lhes reconhecer tudo o que de graça divina neles se realiza. Se a Graça é dom de Deus, neles há a ativa capacidade de acolhimento dessa mesma Graça. Mais que pensarmos na família de Jesus um pouco á imagem da nossa, é preciso que olhemos a nossa à luz da sua por forma a percebermos o quanto há a transformar no que somos e vivemos.

Pensamentos, palavras, gestos, olhares, decisões… sempre os necessários, nunca de mais, nunca de menos, sempre o necessário, num equilíbrio educacional, de respeito e serviço, que se tornavam geradores de Deus, intensificando sempre mais, de momento a momento, a presença e a força Deus.

Pensamentos, palavras, gestos, olhares, julgamentos… em nós, condenam, magoam, ferem, matam e destoem a presença de Deus no seio familiar.