Se em Maria, Deus "refaz" a obra da criação, sem deixar perder aquela que pelo pecado se havia desviado da vida para que fora criada, ganha uma nova esperança a nossa existência.
Desde o início, Deus manifestou a
certeza de que a cabeça do Tentador havia de ser esmagada. Não
se sabia o como, mas havia a certeza dada por
Deus. A Conceição Imaculada de Maria é
já derrota do Mal e
vitória do Bem, pois, ainda que sem se saber, a Mulher, aquela cuja descendência havia de sair vitoriosa
sobre o poder do demónio, estava já a operar a sua
maternidade ansiando que o salvador viesse. A vontade de Maria
é a vontade de Deus, o
atuar de Maria é
já atuar de Deus, pois
que Ela em tudo vive a vontade divina.
A oração de Maria, a criatura
perfeita, é
escutada por Deus, que não pode deixar de ouvir e atender Aquela que
preparara para ser sua Mãe. Compreendamos, assim,
que ainda antes de Jesus incarnar e nascer, os méritos da sua Encarnação
estavam já presentes: foi em
vista dessa realidade que Maria foi isenta do pecado original. Assim, e porque
era perfeita a comunhão entre Deus e Maria,
já a humanidade
beneficiava amplamente de graças divinas, já a cabeça da "serpente" estava a ser esmagada.
Temos duas realidades em
simultâneo. Por um lado, está e caminha na sua
história a humanidade pecadora, perdida pelo pecado, embora não
plenamente, pois não foi abandonada por Deus, e há
em si um permanente desejo de Eternidade. Por
outro lado, está a
humanidade santa, verdadeira imagem e semelhança
de Deus, pela qual há de ser redimida a humanidade pecadora.
Sem disso ter consciência, maria
era a Eleita do Pai para dar humanidade ao Filho. Conscientes disso ou não,
nós batizados, somos
chamados, amados, escolhidos e enviados para, em santidade, gerarmos e
oferecermos Jesus ao mundo, não apenas o Menino Deus,
mas o Cristo Ressuscitado.