sábado, 18 de novembro de 2017

Tempo da Justiça

Falávamos de Misericórdia, na última semana, hoje pensaremos um pouco no tempo da Justiça de Deus, o "tempo" de purificação no Purgatório. Santa Faustina escreveu que Jesus lhe disse que o sofrimento do Purgatório não é do seu agrado, mas que a Justiça assim o exige.

Tentando compreender um pouco, pensemos que não mal que não tenha suas consequências e que tudo o que em nós ocorre que não seja vontade de Deus tem culpa e tem uma pena (castigo) a "pagar". A culpa, havendo arrependimento, será perdoada pelo sacramento da Reconciliação (Confissão), e deixará de existir. A pena continuará a existir, sendo amenizada, diminuída e apagada através da penitência, a conversão a Deus e a vivência de atos que Lhe sejam agradáveis.

Vamos supor que (em linguagem completamente terrena e contabilística) uma atitude minha tem uma escala de 5 pontos de maldade. Se me arrependo e confesso é-me perdoada a culpa, mas preciso de atitudes boas numa escala de 5 ou 6 pontos para superar o ato mau. Se tenho apenas 4 pontos de bondade é preciso que reponha ainda aquele 1 que falta, o que, depois da morte, acontecerá em Purgatório. Atenção que estamos a falar numa linguagem completamente inadequada mas para podermos pensar um pouquinho.

A alma que está no Purgatório não pode fazer nada por si, porque está a cumprir pena, podemos nós, como advogados, interceder por ela junto de Deus, o Juiz. Por outro lado ela pode, ainda que em "prisão", interceder, ser advogada, por nós junto desse mesmo Juiz. Não corte de relação entre as almas do Purgatório e Deus, como não entre nós e elas ou entre nós e Deus. As Almas do Purgatório  têm uma visão e aproximação de Deus infinitamente mais intensa que a nossa. Por isso mesmo também, o sofrimento de, em vida, O não terem amado é muito mais penoso que o nosso de não O amarmos agora.


Diremos que por muito que Jesus queira as Almas do Purgatório junto de Si na Glória, não Lhe "é possível" porque a Justiça Divina tem que cumprir-se e só seres "absolutamente perfeitos" podem contemplar a Santíssima Trindade em toda a sua glória e esplendor (12 nov 17)