Falávamos de Misericórdia, na última semana, hoje
pensaremos um pouco no tempo da Justiça de Deus, o "tempo"
de purificação no Purgatório. Santa Faustina escreveu que Jesus lhe disse que o
sofrimento do Purgatório
não é do seu agrado, mas que a
Justiça assim o
exige.
Tentando compreender um
pouco, pensemos que não há mal que não tenha suas consequências e
que tudo o que em nós ocorre
que não seja
vontade de Deus tem culpa e tem uma pena (castigo) a "pagar". A
culpa, havendo arrependimento, será perdoada
pelo sacramento da Reconciliação (Confissão), e deixará de existir. A pena continuará a existir, sendo amenizada,
diminuída e apagada através da
penitência, a conversão a Deus e
a vivência de atos que Lhe sejam agradáveis.
Vamos supor que (em linguagem
completamente terrena e contabilística) uma atitude minha tem uma escala de 5
pontos de maldade. Se me arrependo e confesso é-me perdoada a culpa, mas
preciso de atitudes boas numa escala de 5 ou 6 pontos para superar o ato mau.
Se tenho apenas 4 pontos de bondade é preciso que reponha ainda
aquele 1 que falta, o que, depois da morte, acontecerá em Purgatório. Atenção que
estamos a falar numa linguagem completamente inadequada mas para podermos
pensar um pouquinho.
A alma que está no Purgatório não pode fazer nada por si,
porque está a
cumprir pena, podemos nós, como
advogados, interceder por ela junto de Deus, o Juiz. Por outro lado ela pode,
ainda que em "prisão",
interceder,
ser advogada, por nós junto
desse mesmo Juiz. Não há corte de relação entre as
almas do Purgatório
e Deus, como não há entre nós e elas ou entre nós e Deus. As Almas do
Purgatório têm uma visão e aproximação de Deus
infinitamente mais intensa que a nossa. Por isso mesmo também, o sofrimento de, em vida, O
não terem
amado é muito mais penoso que o nosso
de não O
amarmos agora.
Diremos que por muito que
Jesus queira as Almas do Purgatório junto de Si na Glória, não Lhe "é possível" porque a
Justiça Divina
tem que cumprir-se e só seres
"absolutamente perfeitos" podem contemplar a Santíssima Trindade em
toda a sua glória e esplendor (12 nov 17)
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