Não sei se sim se não, mas acredito, não faz mal se estiver enganado, que a realidade expressa pela nossa palavra “Mãe” será a mais pronunciada à face da terra.
Balbucia-se quando ainda não se diz mais nada nem se sabe a lógica do pensar ou sequer o significado do “mamã” que que se solta dos lábios tenros da criança de berço. Os braços da mãe são o berço que se molda para, em simultâneo, aconchegar, aquecer e amar o filho que, em momentos de desconforto corre e se aninha, porque é ninho também, no abraço dos braços da mãe. Ela está lá, primeiro que o pai, no coração e na mente do filho, porque ela gerou e em dores á luz entregou esse ser frágil, pequenino, cujas feridas um beijo de mãe sabe curar, porque o amor também cura. Cura as feridas do medo e da incerteza, faz brilhar a noite da dor no beijo que a mãe dá, por mais nada, só por amor.
Só a mãe tem um
corpo todo ouvidos, que ouve o chamar irritado de um filho, como ouve o
silêncio de um olhar e a lágrima invisível que corta o coração do filho até
atingir e ferir o da mãe, só porque o coração dela nunca se conseguiu
desprender, um pedaço sequer, do filho que é dela e que ela deu, oferecendo-o,
ao mundo, sem nunca deixar de ser escudo e de as dores e aflições aparar. É
forte o pai, e herói, mas… é sensível, compreensiva e dos problemas solução, a
mãe.
Não é mãe o
monstro que vive tão escondido e embrenhado no corpo da mulher que, por vontade
e querer seus, ousa destruir-se quando mata um filho, grande que seja ou
embrião que ainda não se veja… Perde, mas não sabe o que perde, toda a vida que
se aperta no abraço, mais de amor que de força feito, de um filho que diz “amo-te”
e deixa cair uma lágrima quente de emoção só porque um abraço não pode dizer
tudo. Não pode saber o que é viver aquela que, por querer, um filho mata e não
deixa nascer.
Continua a ter a
força e o peso do mundo a palavra “mãe” quando, no silêncio que rodeia uma alma
esmagada pela dor ou a saudade, se diz a meia voz e ninguém ouve, ninguém, mais
ninguém, senão aquela que é nossa mãe e que Deus já levou para Si.
Gratidão já, na palavra, no gesto, no agir, é
o menos que pode fazer um filho por tudo o que de visível e invisível a mãe
fez, ou faz, por ele. Vezes sem conta, o ato de gratidão vem mais depois da
morte que durante a vida. É tarde, muito tarde, para a mãe e para o filho,
porque, se a vida que na mãe se dá cresce na medida da dádiva, a gratidão que o
filho dá, preenche a vida de ambos e não morre nunca, por ser princípio de
eternidade.