Um casamento com vinho novo e
bom, vindo da água simples, boa, mas sem sabor. Jesus está lá. Santifica o ato
do matrimónio e a alegria da festa. Uma mãe solícita percebe que falta o que dá
sentido à festa, o vinho. Recorre a quem pode alguma coisa fazer, o Filho.
Ainda não tinha chegado a sua hora. Deus tem horas, tem o seu
"tempo", a Eternidade que se manifesta no nosso tempo. Maria entende
esse tempo. Conhece perfeitamente o Filho. Dá instruções aos serventes, aqueles
que O servem. "Fazei tudo o que Ele vos disser".
Famílias sem o "vinho da
alegria". A viver na solidão da pressa, nos tempos que a agenda marca; no
correr para chegar e estar em todo o lado, sem tempo para um olhar longo que
manifeste comunhão. Perdidos, cada um, nas suas coisas, sem tempo para celebrar,
para beber um copo. E o tempo de Deus já chegou, porque o seu tempo é o
presente. A água transformou-se em vinho, a morte foi vencida pela vida, o
vinho novo está ao alcance dos que o querem, dos que, provando-o, percebem que
"é o melhor" e não deixam de o querer sempre. Uma Mãe solícita está
presente, atenta sempre a uns e a outros, os que têm na mão a taça do vinho
bom, mas o seu olhar e preocupação fixa-se naqueles que levam na mão a taça de
amargura do vinho velho e amargo. Chama-os à festa das bodas de Cristo com a
Sua Igreja, naquele apelo: "Fazei tudo o que Ele vos disser".
"Fazei tudo o que Ele vos
disser" são as últimas palavras que a Escritura Sagrada nos deixa de
Maria. Todas as que disse depois foram dignas de ser escutadas, porque a Mãe
não diz palavras em vão, mas é com aquelas que o Pai quer que fiquemos em
mente. Somos os serventes, servidores à mesa da Palavra, à mesa do testemunho,
à mesa do serviço, chamados a deixarmo-nos inebriar pelo "vinho bom"
e a sermos portadores de taças cheias, que brilhem aos olhos do mundo e embebam
a vida de cada um dos seres humanos. Todos são chamados à festa, ao banquete.
Distraídos com o brilhar das taças do terrenas, muitos não atenderemos o
"Fazei tudo o que Ele vos disser".