Quem se dá ao "trabalho" de pensar em Deus e nas suas coisas, encontra motivo de reflexão para cada momento do dia e cada dia da vida. Não pensando naqueles que, pelo menos em teoria, nada querem com Deus e para quem Deus pode nada representar, oriento-me para aqueles que se dizem cristãos e que, pelo menos numa ou outra ocasião, querem os "serviços" de Deus. Sim, para muito "boa gente", Deus acaba por ser visto com um servidor que precisa estar sempre disponível, não um Deus a ser servido, a quem pertencem toda a honra e poder.
Acontece uma visita pascal e fecha-se a porta a Deus, porque se não recebem os que são enviados. Dá a sensação de que apenas se sentem dignos da presença do próprio Deus em pessoa. Acontece um momento de oração: pense-se na celebração da Eucaristia e na adoração do Santíssimo sacramento, e não há tempo, disposição, nem vontade, porque não se sente necessidade, e não se sente porque não se percebe o Amor de Deus. Dá a impressão que, espremendo a nossa fé, de Deus tudo se exige, quando se precisa e se quer, mas para com Ele nenhum dever ou obrigação se tem.
Dizer-se cristão ou não, para muitos de nós que o dizemos, é uma daquelas coisas que nem aquenta nem arrefenta. Já quanto ao sê-lo, para além de dizê-lo, é-se à maneira de quem sacode a água do capote, não vão os pingos entrar e constipar... Somo-lo se queremos (e cada um está no direito de o ser ou não), mas se o somos não pode ser à nossa maneira, embora a fé seja única e pessoal, mas à maneira de Jesus Cristo, porque, embora sendo pessoal, a fé se vive em comunidade e em comunhão com Jesus Cristo e em Igreja.
A oração, a missa, tem o mérito que tem por se viver e celebrar, não é porque se descarregou a obrigação de participar. Ora, a minha participação traz-me mérito e graça, a mim, à comunidade e às intenções por que a ofereço, sempre que participo, e porque participo. Fechar uma porta ou uma oportunidade à graça leva-me a um cada vez maior afastamento de Deus.
Quantas oportunidades perdemos de que a presença de Deus vá crescendo em
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