Tiro e Sidónia são duas bonitas cidades a sul
do Líbano, nas margens do Mediterrâneo, bem próximas do atual Estado de Israel.
Também por aí Jesus passou anunciando a proximidade do Reino de Deus.
Uma cananea, sendo que Cananeus e Judeus
eram figadais inimigos, vem atrás de Jesus a gritar pedindo que cure a sua
filha "cruelmente atormentada por um demónio". Jesus atende-a porque
os discípulos insistem que o faça, porque ela não se calava.
A reação de Jesus não foi propriamente a mais
acolhedora (os Judeus tratavam os inimigos por cães). A mulher não se ofendeu e
deu "luta" retribuindo com uma atitude de acordo com Jesus: "É
verdade, Senhor...". Apresenta-se a Jesus com toda a humildade, mas com
profunda fé e confiança. Não quis tudo, não exigiu de Deus. Pediu
"migalhas", um pedacinho só. Consciente de que não era do seu povo,
pediu pouco. Recebeu tudo.
Jesus foi "vencido". Porque lhe
encontrou muita fé, fez-se como ela desejava. Deus é assim mesmo, dá tudo e
dá-se todo a quem, com fé, a Ele se confia e pede um pouquinho. É assim mesmo a
oração. Orar é estar de acordo com Deus. Queiramos ou não, Ele tem sempre razão
e tudo conhece, por isso, se "desfaz" apenas no que é bom e no que é
melhor. Deus deixa-se vencer por pouco e com pouco, contanto que estejamos de
acordo com Ele na sua vontade.
Pode, por outro lado, ser bom o que queremos
e pode Deus querê-lo também e, no entanto, não o conceder se não lho pedimos.
Como lho pediremos se não pararmos em oração?
Claro que Deus sabe o que precisamos e
queremos, mas não faz por fazer, quer a nossa tomada de consciência de que
precisamos e Dele dependemos. Deus é altamente cavalheiro: cria em nós o desejo
de Si, mas não se impõe, entra em nossa casa e em nós se for convidado e se Lhe
forem abertas as portas em atitude de acolhimento. Orar é isso mesmo: querer o
que Deus quer, acolhê-Lo em nós e apresentar a nossa vontade à Sua, para que
ambas se tornem uma apenas.
19
agosto 2017
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