Aquele que tudo pode e sabe, é um louco de amor pelas pobres criaturas que nós so-mos, loucamente pobres por haver em nós a capacidade de, com consciência, fazer o mal. É assim, nesta natureza fragilíssima e pecadora, que nos ama loucamente ao ponto de se fazer um de nós, assumindo as nossas fragilidades todas, menos aquela de sermos pecadores.
Preparou, ao longo da história, um povo que Lhe fosse fiel, e no meio de todas as infidelidades desse povo, Ele permaneceu fiel. Preparou um céu na terra: o ventre sagrado da vida pura de uma mulher imaculada. Nesse céu se fez vida humana e santificou a vida desde o momento primeiro da sua conceção, e ela se tornou sagrada. Nesse céu se deslocou, pequenino embrião ainda, a santificar Santa Isabel, e S. João, o Baptista, no seu seio.
Por Ele, e Ele permitiu, centenas de crianças, pequeninas ainda, com menos de dois anos, sem saberem, deram a vida às mãos de um homem louco por vingança. Não se perdeu uma gota sequer, porque Deus dá vida plena aos que Lhe oferecem a vida que têm. Santos, inocentes, os mais pequeninos e primeiros se deram e Ele os aceitou e agora vivem para sempre.
Ele, pequenino, com alguns dias apenas, poucos, se escondeu em terra estrangeira: no Egito foi refugiado. Uma mãe e um pai, amedrontados mas confiantes, O guardaram e protegeram das mãos do malvado de coração odioso que queria matar Deus, porque Deus não abandona os que são seus. Livraram-se Ele e o pequenino João, primo seu, porque haviam de dar a vida, eles também às mãos de um outro Herodes, em loucura igual ao primeiro, mas apenas depois de testemunharem e ao mundo falarem do amor de Deus, que é misericórdia.
Fez-se homem: recolheu-se nas mãos de um pai e uma mãe a quem obedeceu, de quem aprendeu e a quem santificou e, neles, santificou também a família e a vida que dela nasce e nela cresce. Nele tudo se santifica.
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